Lula poderá escolher o novo presidente do Banco Central, já que mandato do atual, Campos Neto, termina em dezembro. Após fala de Lula, cotação do dólar chegou a R$ 5,65, a maior frente ao real em dois anos e meio. Lula concede entrevista à rádio de Feira de Santana, na Bahia.
Reprodução/ CanalGov
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez nesta segunda-feira (1º) novas críticas ao Banco Central e ao presidente da instituição, Roberto Campos Neto. Lula afirmou que, quando for escolher o novo presidente do BC, buscará alguém que “olhe para o país do jeito que ele é”, e não “do jeito que o sistema financeiro fala”.
Lula tem feito reiteradas críticas ao BC e a Campos Netto. O argumento do presidente é que o BC está mantendo a Selic (taxa básica de juros) em patamares altos — atualmente 10,5% ao ano — sem necessidade. E que isso prejudica o crescimento do país, uma vez que fica mais caro captar dinheiro no sistema financeiro.
Por outro lado, o BC diz que o governo não cumpre a contento sua função de controlar os gastos públicos. Com isso, o risco de inflação persiste, o que exige juros mais altos.
Desde 2021, o Banco Central tem autonomia. Isso significa que Lula não pode tirar Campos Neto do cargo. O mandato do atual presidente do BC, indicado no governo Jair Bolsonaro, termina em dezembro. Lula poderá indicar o próximo.
“Foi aprovado pelo Congresso , a independência do Banco Central. Foi indicado o cidadão pelo governo passado. Eu tenho que ter muita paciência na hora de indicar outro candidato e ver se a gente consegue, sabe, com a maior autonomia possível — que é decência política das pessoas — que o presidente do Banco Central olhe um pouco este país do jeito que ele é, e não do que jeito que o sistema financeiro fala”, disse Lula.
“Quem quer o BC autônomo é o mercado”, completou Lula.
Lula reclama de decisão do Banco Central sobre taxa de juros
Após a entrevista do presidente, a cotação do dólar subiu e atingiu o maior valor em 2 anos e meio, custando R$ 5,65. O mercado vê nessas declarações interferência política na economia.
No início da noite, em evento em Salvador, Lula deu nova alfinetada no mercado. Disse que não tem que dar sarisfação ao mercado, mas sim ao povo pobre.
“Não tenho que prestar contas a nenhum ricaço desse país, a nenhum banqueiro. Tenho que prestar contas ao povo pobre, trabalhador deste país, que precisa que a gente tenha cuidado e que a gente cuide deles”, declarou Lula.
Críticas à Selic
Na entrevista desta segunda, Lula voltou a dizer que a taxa básica de juros — a taxa Selic — deveria estar mais baixa e que o atual modelo de autonomia da instituição é “equivocado”.
“O que você não pode é ter um Banco Central que não está combinando adequadamente com aquilo que é o desejo da nação. Nós não precisamos de ter política de juros altos neste momento, não precisamos. A taxa Selic em 10,50% está exagerada. A inflação está controlada. Nós acabamos de aprovar a manutenção da média [da inflação] em 3% ao ano. Ou seja, a responsabilidade é algo que a gente preza muito”, afirmou Lula em entrevista à Rádio Princesa, de Feira de Santana, na Bahia.
Lula também repetiu queixas sobre o modelo de autonomia do BC.
“Correto é que entre um presidente e indique o presidente do Banco Central. Não dá para o cidadão [Campos Neto] ter mandato e ser mais importante do que o presidente da República. Isso que está equivocado”, disse Lula.
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