Extrema direita saiu à frente, com 33% dos votos, e é a favorita para eleger o 1º ministro. Barricada na Place de la Republique, em Paris, depois de a extrema-direita aparecer à frente no 1° turno neste domingo (30).
Fabrizio Bensch/Reuters
Paris registrou protestos neste domingo (30), depois de os primeiros resultados indicarem que a extrema-direita saiu à frente no 1° turno das eleições legislativas. As eleições foram convocadas há três semanas e tiveram participação recorde em 40 anos.
O partido Reunião Nacional (RN), de Marine Le Pen, saiu na frente neste primeiro turno, com 33% dos votos.
A Nova Frente Popular, um grande bloco de partidos de esquerda, ficou em segundo lugar, com 28% dos votos, e o bloco centrista do presidente francês, Emmanuel Macron, terminou em terceiro lugar, com 20% dos votos.
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Manifestantes tomam monumento na Place de la Republique em Paris na noite do domingo (30).
Dimitar Dilkoff/AFP
Pelo sistema político da França, semipresidencialista, os eleitores elegem os partidos que vão compor o Parlamento. A sigla ou a coalizão que obtiver mais votos indica então o primeiro-ministro, que, no país europeu, governa em conjunto com o presidente — este eleito em eleições presidenciais diretas e separadas das legislativas e que, na prática, é quem ganha mais protagonismo à frente do governo.
Caso o presidente e o primeiro-ministro sejam de partidos políticos diferentes, a França entrará em um chamado governo de “coabitação”, o que ocorreu apenas três vezes na história do país europeu e que pode paralisar o governo de Macron. Isso porque, neste caso, o premiê assume as funções de comandar o governo internamente, propondo, por exemplo, quem serão os ministros.
Pessoas se protegem do gás lacrimogênio durante ato em Paris após resultado do 1° turno
Fabrizio Bensch/Reuters
O primeiro-ministro atual, Gabriel Attal, é aliado de Macron, mas, se as pesquisas se concretizarem, quem deve assumir o cargo é o Jordan Bardella, de apenas 28 anos, o principal nome do partido de extrema direita de Le Pen, o Reunião Nacional (RN).
Após o fechamento das urnas neste domingo, Bardella disse que a votação do segundo turno, na semana que vem, será o “momento mais importante da história da Quinta República da França”.
O pleito foi convocado antecipadamente no início de junho pelo presidente francês. Diante do resultado ruim de seu partido e do avanço da extrema direita nas eleições para o Parlamento europeu — o Legislativo de todos os países da União Europeia, com sede em Bruxelas –, Macron tomou a arriscada e surpreendente decisão de dissolver o Legislativo francês e marcar uma nova votação.
A resposta dos eleitores neste domingo, por enquanto, foi grande: o comparecimento às urnas até as 17h no horário local (meio-dia no Brasil), foi o mais alto em quase 40 anos no país, com um índice de 59% do total de votantes.
O índice é considerado alto para eleições na maioria dos países da Europa Ocidental, onde o voto não é obrigatório. Nas eleições passadas da França, em 2002, a participação foi de cerca de 47%, por exemplo.
As eleições parlamentares são realizadas em dois turnos — um neste domingo e o outro, em 7 de julho.
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