Presidente dos EUA fala a jornalistas no encerramento da cúpula da Otan, que acontece em Washington. Desempenho pode aumentar pressões para que Biden desista da corrida eleitoral ou acalmar aliados. Joe Biden dá entrevista em convenção da Otan
Leah Millis/Reuters
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, reafirmou que é a pessoa mais qualificada para ser presidente e que continuará com sua campanha presidencial, apesar da pressão de aliados por sua desistência.
A afirmação foi feita em uma entrevista coletiva na noite desta quinta-feira (11), encarada como uma oportunidade decisiva para tentar provar aos eleitores norte-americanos que é capaz de servir mais quatro anos após seu chocante fracasso no debate contra Donald Trump.
Durante a rara coletiva, Biden foi perguntado insistentemente sobre a possibilidade de desistir da corrida. A fala acontece no contexto do encerramento da cúpula da Otan, em Washington. Acompanhe a entrevista do presidente ao vivo aqui.
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ASSISTA: Biden dá entrevista coletiva nos EUA em meio a pressão para desistir da eleição
O esforço da campanha do presidente busca abafar o pânico dentro do Partido Democrata num momento em que sua capacidade e eficácia estão sob microscópio como nunca antes. Segundo analistas, o desempenho de Biden pode aumentar pressões para que ele desista da corrida ou acalmar os aliados. Entretanto, Biden não é conhecido como um mestre em falar bem de improviso.
Ao ser perguntado sobre sua gafe ao confundir Zelensky com Putin, Biden riu e disse “você vê algum dano na minha condução da coletiva? Você vê uma coletiva de mais sucesso que esta?”
Biden começou a coletiva falando da cúpula da Otan e sobre a aliança militar. “O ataque em um integrante da Otan será o ataque em todos nós”. Ele também falou sobre a atuação da Otan no apoio à Ucrânia contra a Rússia, que “Kiev ainda está de pé” por isso.
Biden também atacou Trump ao dizer que ele não se importa com a Otan e não se importa com a ameaça que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, faça na guerra. “Eu acredito que o Artigo 5 [da Constituição] é imprescindível”, disse o presidente. “Não vou abandonar a Ucrânia e vou manter a Otan forte”, afirmou.
Biden também citou assuntos internos, como a taxa de inflação nos EUA e a fronteira com o México. O presidente também focou nos seus esforços na política internacional, citando a guerra na Faixa de Gaza –entre Israel e o grupo terrorista Hamas– e o progresso nas negociações por um cessar-fogo.
Pouco antes da coletiva, Biden se confundiu e chamou o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, de Vladimir Putin, o presidente da Rússia. Os dois países estão em guerra desde 2022, quando os russos invadiram o território ucraniano.
Segundo o jornal “The New York Times”, a gafe de Biden ao chamar Zelensky de Putin não poderia ter ocorrido em um pior momento: os canais “ABC”, “CBS” e “NBC” incluíram o clipe em seus noticiários noturnos, que são os programas de notícias mais assistidos do país.
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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, durante discurso de abertura na cúpula da Otan, em 9 de julho de 2024.
Yves Herman/ Reuters
Pressão pós-debate
Biden tentou melhorar seu desempenho desde o debate, mas a entrevista que deu na sequência, na rede de TV ABC, também foi decepcionante. Nada do que ele tentou parece estar resolvendo o problema central, e a cada dia mais deputados e senadores pedem que ele se retire da disputa.
Os eleitores norte-americanos tendem a considerar os seus líderes menos pelo que fazem do que pela forma como os fazem sentir, e o desastre do debate de Biden abalou profundamente o seu partido.
“O debate foi um lembrete de que podemos ter quantas políticas quisermos, mas o que o público vê e ouve pode ser mais importante”, disse Julian Zelizer, historiador com especialidade em presidência dos EUA da Universidade Princeton.
Esse tipo de retórica pode tanto inspirar os cidadãos na sequência de uma tragédia, como o discurso feito por George W. Bush com um megafone sobre os escombros das Torres Gêmeas de Nova York em 2001 quanto ajudar um país cansado da guerra e da recessão a recuperar o seu sentido de identidade, como o “Yes, We Can!” de Barack Obama.
E até mesmo fazer ecoar o famoso grito de Donald Trump “Make America Great Again”.
“As pessoas viam Trump como o reflexo de um país mais turbulento, caótico e furioso”, afirmou Zelizer. “Os eleitores podem ver a fragilidade de Biden como um símbolo de fraqueza ou de seu próprio tipo de instabilidade.”
Apesar dos apelos de alguns membros do seu partido para se afastar, Biden vem insistindo que é o melhor democrata para derrotar Trump, cuja candidatura ele chamou de uma ameaça existencial à democracia.
Pesquisa mostra que a maioria dos eleitores querem que Biden desista da corrida eleitoral nos EUA
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