Na véspera, a moeda norte-americana avançou 1,27%, cotada em R$ 5,6566. Já o principal índice de ações da bolsa fechou em queda 0,13%, aos 126.423 pontos. Dólar impacta a inflação brasileira
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O dólar abriu em alta nesta quinta-feira (25), com investidores avaliando novos dados sobre a atividade econômica dos Estados Unidos e ainda de olho nos desdobramentos fiscais por aqui.
Na véspera, a decepção com os resultados observados na temporada de balanços corporativos castigou os ativos em Wall Street e, segundo analistas, o mau-humor pode continuar se estendendo pelos negócios nesta quinta-feira.
Além disso, dúvidas sobre os próximos passos do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) na condução dos juros dos EUA ainda pairam sobre os mercados.
Por aqui, o quadro fiscal continua no radar e investidores começam os negócios desta quinta-feira repercutindo a prévia da inflação oficial do país.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
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CONSEQUÊNCIAS: Alta do dólar deve pressionar inflação e impactar consumo das famílias no 2º semestre, dizem especialistas
Dólar
Às 09h01, o dólar operava em alta de 0,53%, cotado em R$ 5,6864. Veja mais cotações.
Na véspera, a moeda fechou em alta de 1,27%, cotada em R$ 5,6566.
Com o resultado, acumulou:
alta de 0,94% na semana;
ganho de 1,22% no mês;
alta de 16,57% no ano.
Ibovespa
As negociações do Ibovespa, por sua vez, começam apenas a partir das 10h.
Na véspera, o índice fechou em queda 0,13%, aos 126.423 pontos.
Com o resultado, acumulou:
queda de 0,94% na semana;
ganhos de 2,03% no mês;
perdas de 5,78% no ano.
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O que está mexendo com os mercados?
O destaque desta quinta-feira (25) fica por conta da divulgação de indicadores econômicos nos Estados Unidos, com foco no Produto Interno Bruto (PIB)e nos novos dados do mercado de trabalho norte-americano.
Ainda nos EUA, os desdobramentos da corrida eleitoral norte-americana também continuam no radar. Nesta semana, a vice-presidente Kamala Harris participou do primeiro comício do processo eleitoral que vai escolher o ocupante da Casa Branca a partir de 2025.
Ela participou na condição de pré-candidata à Presidência e afirmou já ter conseguido o apoio de delegados suficientes para assegurar a candidatura democrata.
Para ser a candidata oficial do partido, Kamala precisa não do voto dos eleitores, mas sim do voto dos representantes do partido em cada estado — os delegados —, que oficializam o nome do candidato em agosto. Segundo a agência de notícias Associated Press, a vice-presidente tem mais de 3.090 delegados ao seu lado, cerca de mil delegados a mais do que o necessário.
Além disso, ainda no mercado internacional, investidores também repercutem o cenário na China, em meio a preocupações com os problemas econômicos do país após o banco central ter realizado uma operação de empréstimo não programada com taxas mais baixas — sugerindo que as autoridades estão tentando fornecer um estímulo monetário mais pesado para sustentar a economia.
A operação de empréstimo de médio prazo ocorre dias após o BC chinês ter cortado várias taxas de empréstimo de referência, na segunda-feira.
Por fim, no noticiário corporativo, investidores seguem atentos à temporada de balanços. Na véspera, lucros decepcionantes da Tesla e da Alphabet minaram a confiança do mercado no segmento de tecnologia, provocando um forte desmonte de posições e trazendo um dia bastante negativo para os mercados em Wall Street.
O movimento vem, ainda, após a pane global causada pela CrowdStrike. O S&P 500 perdeu 2,31%. O índice de tecnologia Nasdaq perdeu 3,64%. O Dow Jones caiu 1,24%.
“Os mercados estão atentos à questão da inteligência artificial, ou seja, todo aquele ‘hype’ recente que observamos nas ações de companhias como Nvidia começaram agora a se desmontar por conta de cálculos que o mercado anda fazendo”, afirmou o economista da MoneYou Jason Vieira.
Segundo o especialista, ainda que algumas companhias mais robustas tenham apresentado resultados acima da expectativa, o segmento de tecnologia continua sendo penalizado e ainda deve sofrer a pressão das incertezas sobre o futuro dos juros nos Estados Unidos.
Já no noticiário doméstico, as atenções ficam voltadas para a divulgação da prévia da inflação oficial do país, calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15). Segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o indicador subiu 0,30% em julho.
O destaque do mês vem do grupo Transportes, que teve alta de 1,12% no mês, e contribuiu com 0,23 ponto percentual (p.p.) do índice geral. A passagem aérea subiu 19,21% em julho, e sozinha teve peso de 0,12 p.p. A gasolina também foi destaque, ao ter valorização de 1,43% e 0,07 p.p. no indicador.
O índice geral teve uma desaceleração de 0,09 p.p. na comparação com o mês anterior, quando os preços medidos pelo indicador subiram 0,39%. Em julho de 2023, houve deflação de 0,07%.
Com os resultados, o IPCA-15 acumulou 4,45% na janela de 12 meses. No ano, a alta é de 2,82%.
O resultado veio acima das expectativas do mercado financeiro, que eram de que a prévia da inflação registrasse uma alta de 0,23% em julho.
*Com informações da agência de notícias Reuters.