Ismail Haniyeh morreu em um bombardeio em Teerã na quarta-feira (31). O grupo terrorista e o Irã acusam Israel, que não assumiu a autoria do ataque. Manifestantes seguram bandeiras e armas ao lado de uma imagem do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, durante um protesto para condenar seu assassinato no Irã, em Sidon, Líbano, nesta quarta-feira (31).
Alkis Konstantinidis/Reuters
O funeral do chefe do grupo terrorista Hamas Ismail Haniyeh começou nesta quinta-feira (1º) em Teerã, no Irã.
Haniey morreu após um bombardeio na capital do país na quarta-feira (31).
Milhares de pessoas pediram vingança durante o funeral. Com bandeiras palestinas e fotos de Haniyeh, milhares de iranianos se reuniram na Universidade de Teerã no início da procissão funerária do líder islamista, que será enterrado na sexta-feira em Doha.
Após a cerimônia, o corpo será levado para Doha, no Catar, onde será enterrado na sexta-feira (2).
Irã e Hamas acusam Israel pelo ataque.
O Irã decretou luto oficial de três dias pela morte de Haniyeh e disse que o funeral será um evento “aberto e público”. O espaço aéreo da região onde a cerimônia será realizada será fechado por cerca de seis horas.
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Haniyeh estava Teerã para a posso do novo presidente iraniano.
Israel não assumiu a autoria do assassinato de Haniyeh. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse apenas que seu país deu “golpes esmagadores” em aliados do Irã, mas não mencionou o chefe do Hamas.
Mesmo sem que o governo israelense tenha assumido autoria pela morte, o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, prometeu “punição severa” para Israel. O novo presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, criticou a ação dentro do país. Ele afirmou que o Irã “defenderá sua integridade territorial” e disse que “Israel se arrependerá pelo assassinato covarde”.
Khamenei ordenou o ataque direto a Israel durante uma reunião de emergência do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã na manhã de quarta, logo após o país anunciar a morte de Haniyeh, segundo três autoridades iranianas não identificadas ouvidas pelo “New York Times”, incluindo dois membros da Guarda Revolucionária iraniana.
Netanyahu disse em pronunciamento na TV nacional israelense que vai cobrar um preço alto por qualquer agressão contra Israel.
Assassinato de chefe do Hamas
Ismail Haniyeh, chefe do Hamas
Hassan Ammar / Arquivo / AP Photo
Haniyeh, o principal nome do braço político do grupo terrorista Hamas, foi assassinado na madrugada desta quarta-feira durante uma visita a Teerã, no Irã, para a posse do novo presidente iraniano, segundo o Hamas confirmou em um comunicado.
O porta-voz do governo israelense disse que não fará “comentários sobre a morte de Haniyeh”, mas afirmou também estar em alerta máximo para possíveis retaliações por parte do Irã. O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, declarou que “Israel não quer guerra, mas estamos preparados para todas as possibilidades”.
Sobre a ameaça do governo iraniano, o ministro disse que Israel está preparo e que vai cobrar um “preço alto” por qualquer ataque.
Chefe político do Hamas é morto no Irã
Escalada da tensão
Israel e Irã estão em uma escalada de tensões nos últimos meses. Os israelenses travam batalhas com grupos armados aliados do país, como Hamas, Hezbollah e a Guarda Revolucionária iraniana. Em abril, os iranianos dispararam mais de 300 mísseis e drones em direção ao território israelense em retaliação ao assassinato por Israel de um comandante da Guarda na embaixada iraniana na Síria.
O comandante da Força Aérea de Israel, major-general Tomer Bar, disse que dezenas de aeronaves, tripuladas e não tripuladas, estão “prontas e preparadas em questão de minutos para qualquer cenário, em qualquer frente”. “Agiremos contra qualquer um que planeje causar danos aos cidadãos do Estado de Israel. Não há lugar que seja longe demais para nós atingirmos”, afirmou Bar.
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