Ministro da Fazenda minimizou risco de inflação, mas não quis comentar possível alta da Selic para conter preços. Haddad diz que dados positivos da economia são resultado de ‘ciclo virtuoso’ gerado por ‘ajustes no lugar certo’
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou em entrevista exclusiva à GloboNews nesta quarta-feira (4) que os dados positivos da economia divulgados recentemente são resultado de um “ciclo virtuoso” gerado por “ajustes no lugar certo”.
Nesta terça, o IBGE divulgou que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 1,4% no 2º trimestre de 2024, na comparação com os três meses imediatamente anteriores. Foi o 12º trimestre seguido de alta no PIB.
“Tinha uma certa visão que dizia que o ajuste fiscal não era importante, que podia ser mais leniente com essa questão. E tinha outros economistas que diziam que o fiscal era importante, mas que o ajuste tinha de ser feito em programas sociais. Adotamos a visão que era importante, mas que tinha de ser feito em cima de quem deixou de pagar impostos”, disse Haddad.
“Quando você faz o ajuste sobre os mais pobres, derruba o consumo e o investimento. Ninguém vai investir sem ter para quem vender. Agora a pessoa está investindo pois tem para quem vender. Brasil está crescendo com baixa inflação”, afirmou.
“Veja como você pode ter um ciclo virtuoso na economia quando faz os ajustes no lugar certo. Pessoas não se atentam para a qualidade do ajuste fiscal, vamos cobrar de quem tem de pagar, equilibrar as contas públicas”, seguiu.
PIB do Brasil: governo comemora alta e pode revisar projeção para 2024
Ministro não vê risco na inflação
Questionado pela GloboNews, Haddad disse não ver grande risco de que um crescimento maior da economia – que leva a um mercado mais “aquecido” – acabe gerando um descontrole de preços.
“Se você for tomando os cuidados devidos, e fazendo as reformas. Se controlarmos a oferta, não vamos ter pressão inflacionaria em um futuro próximo. Brasil não tem razões para crescer menos do que a média mundial. Media mundial tem sido em torno de 3%”, disse Haddad.
Haddad se esquivou, no entanto, de responder sobre o patamar dos juros básicos da economia – principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação.
O comitê que define esses juros se reúne na próxima semana, e pode elevar a taxa Selic para “esfriar” a economia e conter a inflação.
“Confiamos na capacidade técnica, não acho elegante da minha parte dizer o que o BC tem de fazer. Assim como eles também respeitam a autoridade fiscal da Fazenda”, resumiu.
Renata Lo Prete e Bruno Carazza comentam resultado do PIB
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