No dia anterior, a moeda norte-americana teve alta de 1,33%, cotada a R$ 5,6565. Já o principal índice de ações da bolsa encerrou com um avanço de 0,03%, aos 131.043 pontos.
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O dólar opera em alta nesta quarta-feira (16), em mais um dia de poucos dados econômicos pelo mundo. Com a falta de novidades no mercado, as eleições americanas e o cenário fiscal no Brasil continuam no radar e guiando as ações dos investidores neste pregão.
Por aqui, o mercado segue monitorando a situação das contas públicas e o que o governo fará para para cumprir a meta fiscal de 2024.
Nesta terça, a ministra Simone Tebet, do Planejamento e Orçamento, disse que “chegou a hora para levar a sério a revisão de gastos”, afirmando que não é mais possível resolver a situação fiscal apenas elevando as receitas.
No exterior, as eleições americanas — que estão próximas — ganham as atenções de investidores, enquanto ainda há muita indefinição nas pesquisas eleitorais. Ontem, o candidato Donald Trump disse que, se eleito, promoverá um forte aumento de tarifas nos Estados Unidos.
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, opera em alta.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
MOTIVOS: Ibovespa tem melhor mês desde novembro, mas dólar não segue o entusiasmo
DÓLAR: Qual o melhor momento para comprar a moeda?
Dólar
Às 12h, o dólar subia 0,12%, cotado a R$ 5,6633. Na máxima do dia, chegou a R$ 5,6994. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda norte-americana subiu 1,33%, a R$ 5,6565, no maior patamar desde 6 de agosto, quando fechou a R$ 5,6561.
Com o resultado, acumulou:
alta de 0,75% na semana;
avanço de 3,85% no mês;
ganho de 16,57% no ano.
O
Ibovespa
No mesmo horário, o Ibovespa subia 0,22%, aos 131.326 pontos.
Na véspera, o índice subiu 0,03%, aos 131.043 pontos.
Com o resultado, acumulou:
alta de 0,81% na semana;
perdas de 0,59% no mês;
recuo de 2,34% no ano.
O que está mexendo com os mercados?
No cenário doméstico, as atenções continuam voltadas para o cenário fiscal, depois da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, falar, na véspera, que “chegou a hora” de levar a sério a revisão de gastos públicos no país.
“Não é possível mais apenas pelo lado da receita resolver o fiscal. Arcabouço está de pé. Sem perspectiva de alteração”, afirmou a ministra.
A ministra disse que o governo segue com a revisão de programas sociais para identificar fraudes, mas que a situação demanda uma “revisão estrutural” dos gastos. Segundo Tebet, ela e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, autorizaram suas equipes a colocar todas as propostas no papel.
“Estamos otimistas de que esse pacote terá condições de avançar na mesa do presidente. Ideia é logo após o segundo turno conversar com o presidente Lula”, afirmou.
A ministra não deu detalhes sobre quais gastos serão revisados pela equipe econômica, mas citou os supersalários do funcionalismo, que classificou como algo “imoral”.
Já no exterior, o cenário político dos Estados Unidos, com a proximidade das eleições presidenciais, em que se enfrentam a democrata Kamala Harris e o republicano Donald Trump, ganha cada vez mais força entre os investidores.
As mais recentes pesquisas eleitorais mostram uma disputa apertada. A democrata manteve uma vantagem de 3 pontos percentuais sobre o republicano — 45% a 42% — nas intenções de voto, segundo uma nova pesquisa Reuters/Ipsos.
Com um cenário ainda incerto, chamam a atenção as declarações de Trump, que tem falado em aumentar as tarifas para importação de produtos nos Estados Unidos, se eleito, o que poderia prejudicar o comércio exterior e os países exportadores, como o Brasil.
Além disso, nesta terça, Trump afirmou que, se eleito, terá o direito de dizer ao Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) o que fazer com as taxas básicas de juros dos Estados Unidos. Ele afirmou, no entanto, que não ordenará o ajuste.
Isso ocorre em um momento em que o Fed acabou de iniciar seu ciclo de cortes nos juros, com uma redução de 0,50 ponto percentual, que levou as taxas a um patamar entre 4,75% e 5,00% ao ano.
Além disso, o mercado segue de olho nos preços do petróleo, que, embora continue em baixa, deu certo alívio nesta quarta, reduzindo a pressão sobre o dólar.
Na véspera, a commodity caiu mais de 4% com as perspectivas de baixa na demanda e com uma redução nas ameaças de Israel em relação a um possível ataque às instalações petrolíferas do Irã. Hoje, a queda é de cerca de 0,40%.
Quando há menor demanda pelo petróleo, menos dólares são colocados em circulação pelos países importadores, o que encarece a moeda americana, principalmente frente aos países que exportam a commodity, como o Brasil.