No dia anterior, a moeda norte-americana recuou 0,08%, cotada a R$ 5,6923. O principal índice de ações da bolsa de valores brasileira caiu 0,55%, aos 129.233 pontos. Dólar
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O dólar inverteu o sinal positivo visto pela manhã e passou a operar em queda nesta quinta-feira (24), conforme investidores repercutiam novas falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad e do presidente do Banco Central do Brasil (BC), Roberto Campos Neto.
Durante coletiva de imprensa sobre a trilha de finanças do G20, Haddad defendeu o fortalecimento do arcabouço fiscal brasileiro, reafirmando a necessidade de mostrá-lo como crível no médio e longo prazo. (Entenda mais abaixo)
Além disso, o mercado seguiu de olho na divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial do mês. Em outubro, o índice teve uma alta de 0,54%, muita acima dos 0,13% registrados em setembro e também acima das expectativas do mercado, que previa uma alta menor, de 0,50%.
No exterior, a corrida presidencial norte-americana e balanços corporativos ficam no radar.
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, conseguiu superar a volatilidade dos negócios e operava em alta.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
MOTIVOS: Ibovespa tem melhor mês desde novembro, mas dólar não segue o entusiasmo
DÓLAR: Qual o melhor momento para comprar a moeda?
Dólar
Às 15h03, o dólar caía 0,03%, cotado a R$ 5,6908. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda norte-americana teve queda de 0,08%, a R$ 5,6923.
Com o resultado, acumulou:
recuo de 0,11% na semana;
avanço de 4,51% no mês;
ganho de 17,31% no ano.
O
Ibovespa
No mesmo horário, o Ibovespa subia 0,34%, aos 129.679 pontos.
Na véspera, o índice teve uma queda de 0,55%, aos 129.233 pontos.
Com o resultado, acumulou:
queda de 0,55% na semana;
perdas de 1,96% no mês;
recuo de 3,69% no ano.
O que está mexendo com os mercados?
A prévia da inflação acima do esperado reforça as expectativas dos investidores de que a Selic, taxa básica de juros, deve subir mais nos próximos meses.
Hoje, a taxa Selic está em 10,75% ao ano, depois de o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC) elevar os juros em 0,25 ponto percentual em sua última reunião. Com a crescente pressão inflacionária, porém, o mercado quer ver novas altas, o que reflete na desvalorização do real, mesmo em um dia em que o dólar opera em baixa em outros países.
Para André Valério, economista do Inter, o problema do IPCA-15 de outubro, para além da aceleração em relação ao mês anterior, foi a composição da alta, que mostrou avanços na inflação de serviços.
“Destacamos também a reversão na deflação de despesas pessoais, cujo resultado em setembro foi influenciado por campanhas de desconto em atividades de lazer. Além disso, observamos aceleração nos gastos com saúde devido ao reajuste autorizado pela ANS nos planos de saúde. Com isso, observou-se pressões sobre a inflação do núcleo e da inflação de serviços”, explica Valério.
Claudia Moreno, economista do C6 Bank, diz que a “inflação de serviços deve continuar pressionada pelo mercado de trabalho aquecido e por ganhos salariais acima da produtividade”, além da seca e outros fatores climáticos, que podem encarecer itens voláteis, como energia e alimentação.
“Os dados do IPCA-15 de hoje reforçam nossa visão de que Copom precisará seguir com o ciclo de alta da Selic nas próximas decisões, com ajustes de 0,5 ponto percentual nas reuniões de novembro e dezembro”, destaca Claudia.