No dia anterior, a moeda norte-americana teve alta de 0,04%, cotada a R$ 5,7634. Já o principal índice de ações da bolsa de valores encerrou em queda de 0,07%, aos 130.639 pontos. Dólar
Foto de Karolina Kaboompics
O dólar opera em alta nesta quinta-feira (31), com investidores repercutindo novos dados econômicos importantes no Brasil e nos Estados Unidos.
Por aqui, o destaque fica com os novos números do mercado de trabalho. A taxa de desocupação no Brasil caiu para 6,4% no trimestre de julho a setembro, uma queda de 0,5 ponto percentual em relação aos 6,9% observados entre abril e junho, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Já nos Estados Unidos, as atenções estão voltadas para os dados de inflação do índice PCE, o favorito do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), por levar em conta no seu cálculo a variação de preços de uma cesta de produtos e serviços mais consumidos no país.
Em setembro, a inflação pelo PCE subiu 0,2% na comparação mensal e 2,1% na anual, em linha com as expectativas do mercado financeiro.
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, opera em queda.
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DÓLAR: Qual o melhor momento para comprar a moeda?
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Dólar
Às 12h, o dólar subia 0,30%, cotado a R$ 5,7807. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda avançou 0,04%, cotada a R$ 5,7634, renovando o maior patamar desde março de 20210. Na máxima do dia, porém, chegou a R$ 5,7928.
Com o resultado, acumulou:
alta de 1,03% na semana;
avanço de 5,81% no mês;
ganho de 18,77% no ano.
O
Ibovespa
No mesmo horário, o Ibovespa caía 0,36%, aos 130.163 pontos.
Na véspera, o índice encerrou em baixa de 0,07%, aos 130.639 pontos.
Com o resultado, acumulou:
alta de 0,57% na semana;
perdas de 0,89% no mês;
recuo de 2,64% no ano.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
O que está mexendo com os mercados?
Os bons números do mercado de trabalho, com uma forte redução da taxa de desemprego, surpreenderam o mercado. “ Essa é uma taxa baixa para os padrões históricos brasileiros, confirmando a robustez do mercado de trabalho”, diz Claudia Moreno, economista do C6 Bank .
Apesar disso, a economista explica que a queda do desemprego “desafia o controle da inflação de serviços”, o que pode gerar uma taxa de juros ainda maior para o Brasil.
“ Se por um lado isso significa que existem mais pessoas ocupadas, o que é bom para a atividade, por outro, torna mais desafiador o controle da inflação, já que há maior pressão sobre os preços dos serviços”, comenta Moreno.
A inflação americana, que veio em linha com o esperado, mas sem indicar uma desaceleração em relação ao mês anterior, aumenta as expectativas de que o Fed deve reduzir a magnitude de seus cortes de juros em sua próxima reunião, que acontece na semana que vem.
“Os contratos de juros apontam para uma redução de 0,25 ponto percentual na reunião da semana que vem, mas já emerge uma divisão clara nas apostas para o movimento em dezembro, com um pouco mais de probabilidade para uma pausa nas reduções”, explica Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad.
A visão é reforçada, ainda, pelo resultado da primeira leitura do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos do terceiro trimestre, que mostrou uma continuidade do crescimento da atividade econômica no país.
“Independentemente dos ajustes mais táticos, o cenário vem confirmando o pouso suave e afastando as preocupações mais alarmantes sobre o enfraquecimento da atividade”, destaca Igliori.
O cenário fiscal brasileiro também segue no radar, apesar do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ter acalmado o mercado nesta quarta.
Ele disse que entende a “inquietação” do mercado sobre o chamado “risco fiscal”, de descontrole das contas e disse que a equipe econômica vai apresentar propostas de cortes de gastos obrigatórios para manter o arcabouço fiscal operante.
Haddad não antecipou quais serão as medidas, mas indicou que elas poderão ser apresentadas nas próximas semanas por meio de Proposta de Emenda à Constituição (PEC).
“Até entendo a inquietação, mas é que tem gente especulando em torno de coisas. […]. O meu trabalho é tentar entregar a melhor redação possível para que haja a compreensão do Congresso da situação do mundo, e do Brasil”, declarou o ministro.
Haddad ainda destacou que houve uma “convergência importante” com a Casa Civil sobre quais medidas serão apresentadas.
“A dinâmica das despesas obrigatórias tem que caber dentro do arcabouço. A ideia é fazer com que as partes não comprometam o todo que o arcabouço tem, a sustentabilidade de médio e longo prazo”, disse.
Segundo o blog do Valdo Cruz, agentes financeiros disseram que, para ter credibilidade, esse pacote precisaria indicar cortes entre R$ 50 bilhões e R$ 60 bilhões nos gastos públicos. A ideia é que o tamanho do ajuste fiscal fique em torno de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB).
*Com informações da agência de notícias Reuters