O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, nesta quarta-feira (11), elevar a taxa básica de juros, a Selic, de 11,25% para 12,25% ao ano e sinalizou novos aumentos de 1 ponto percentual nas reuniões de janeiro e março de 2025. A estratégia busca blindar o início da gestão de Gabriel Galípolo e evitar desgastes precoces.
Galípolo assumirá a presidência do BC em janeiro, e criar um fato consumado para reduzir pressões políticas sobre sua atuação.
Com a decisão, o Banco Central adota a maior alta de juros desde fevereiro de 2022, reforçando a necessidade de combater a inflação em um cenário de aquecimento econômico e incertezas fiscais. Segundo o Copom, o cenário exige medidas firmes para garantir a convergência da inflação à meta, e os próximos passos dependerão da evolução da dinâmica inflacionária e dos riscos fiscais.
O anúncio ocorre em meio ao aquecimento do mercado interno, com aumento do emprego e do Produto Interno Bruto (PIB), e ao impacto da desvalorização cambial, que acumula alta de mais de 20% no ano. A valorização do dólar pressiona a inflação por meio da importação de insumos e produtos, além de refletir as incertezas sobre o controle das contas públicas no Brasil e a política monetária dos Estados Unidos.
Além da motivação técnica, a decisão foi interpretada como uma forma de diluir o ônus político entre os diretores indicados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, protegendo Galípolo, nome de confiança de Lula. Com isso, o novo presidente do BC evita começar sua gestão enfrentando forte resistência ao implementar medidas impopulares.
O Copom também destacou no comunicado desta quarta-feira que os recentes anúncios fiscais do governo contribuíram para piorar o cenário econômico. “A percepção dos agentes econômicos sobre o recente anúncio fiscal afetou, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes, especialmente o prêmio de risco, as expectativas de inflação e a taxa de câmbio”, afirmou o comitê.
As próximas reuniões do Copom devem confirmar a continuidade do ciclo de alta nos juros, com a expectativa de que a Selic atinja um patamar próximo a 14% ao ano. A decisão reflete o compromisso do Banco Central com a estabilidade econômica, mesmo diante das pressões políticas e fiscais enfrentadas pelo governo.
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