Na véspera, a moeda norte-americana caiu 0,30%, cotado em R$ 5,4288. Já o principal índice de ações da bolsa fechou em queda de 0,16%, aos 129.110 pontos, interrompendo uma sequência de 11 altas seguidas. Cédulas de dólar
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O dólar opera em alta nesta quarta-feira (17), conforme investidores repercutem novas falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o quadro fiscal do país.
Além disso, o mercado ainda continua a avaliar a participação do diretor de política monetária do Banco Central do Brasil (BC), Gabriel Galípolo, em um evento na véspera e monitoram os novos balanços corporativos do dia.
No exterior, dados econômicos norte-americanos ficam no radar, à medida que o mercado segue atento a eventuais sinais sobre o futuro dos juros nos Estados Unidos. Com isso, também há expectativa pela divulgação do Livro Bege pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).
O documento é um relatório desenvolvido em conjunto pelas 12 filiais regionai da instituição e serve como um termômetro da economia dos EUA.
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, também operava em alta.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
ENTENDA: A cronologia da disparada do dólar motivada pelos juros nos EUA, o cenário fiscal brasileiro e as declarações de Lula
CONSEQUÊNCIAS: Alta do dólar deve pressionar inflação e impactar consumo das famílias no 2º semestre, dizem especialistas
Dólar
Às 14h, o dólar operava em alta de 0,97%, cotado em R$ 5,4814. Na máxima do dia chegou a R$ 5,4874. Veja mais cotações.
Na véspera, a moeda fechou em queda de 0,30%, cotada em R$ 5,4288.
Com o resultado, acumulou:
queda de 0,04% na semana;
recuo de 2,86% no mês;
avanço de 11,88% no ano.
Ibovespa
No mesmo horário, o Ibovespa operava com alta de 0,28%, aos 129.468 pontos.
Na véspera, o índice teve queda de 0,16%, aos 129.110 pontos.
Com o resultado, acumulou:
alta de 0,17% na semana;
ganhos de 4,20% no mês;
perdas de 3,78% no ano.
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O que está mexendo com os mercados?
O principal destaque desta quarta-feira no ambiente doméstico continua sendo o quadro fiscal brasileiro.
Após declarações de Galípolo na véspera, que reafirmaram que as expectativas de inflação passam por uma revisão e que o cenário de juros mais altos por mais tempo nos EUA fortalece o dólar, o presidente Lula voltou a ficar sob os holofotes.
Em entrevista feita para a “TV Record”, na véspera, o presidente afirmou que não é obrigado a cumprir a meta fiscal e que ainda precisa ser convencido sobre um eventual corte de gastos em 2024. Lula, por outro lado, disse que a meta de déficit zero (com despesas e receitas equivalentes) não está descartada e se comprometeu a cumprir o arcabouço fiscal.
“As falas do presidente acabaram reacendendo preocupações sobre o compromisso do governo sobre a gestão fiscal e a manutenção das regras fiscais vigentes”, afirmou a estrategista de investimentos da XP, Rachel de Sá, durante morning call da companhia.
Após a entrevista de Lula, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, veio a público para reiterar o compromisso do governo com o cenário fiscal.
A jornalistas, o ministro afirmou que a equipe econômica avalia quanto bloqueio e contingenciamento terá que fazer em 2024 no Orçamento para cumprir as regras do arcabouço, destacando que og voerno ainda pode revisar para cima a projeção do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil para este ano. A estimativa atual é de 2,5%.
Além disso, investidores ainda aguardam novos desdobramentos sobre a votação da reforma tributária no Senado e sobre a proposta de aumentar a alíquota da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) para compensar a desoneração da folha. Na véspera, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), prorrogou até 11 de setembro o prazo para que o Congresso analise medidas voltadas para este último tema.
Já no exterior, o foco do mercado fica com a divulgação do Livro Bege do Fed, uma espécie de relatório feito de forma conjunta pelas 12 filiais da instituição e que serve como um termômetro da economia norte-americana.
Nesta quarta-feira, dirigentes da instituição voltaram a fazer comentários sobre a possibilidade de cortes de juros em breve. O diretor do Fed Christopher Waller disse, por exemplo, que o país está “se aproximando” do momento de redução das taxas.
“Acredito que os dados atuais sejam consistentes com a realização de um ‘pouso suave’, e procurarei dados nos próximos meses que reforcem essa visão”, afirmou.
Na agenda, novos dados econômicos dos Estados Unidos e balanços corporativos também ficam sob os holofotes.
Segundo o Departamento do Comércio norte-americano, a construção de residências unifamiliares nos EUA caiu 2,2% em junho, para uma taxa anual ajustada sazonalmente de 980 mil unidades. Ainda assim, a leitura é que os dados podem melhorar à frente, em meio ao otimismo sobre o início do corte de juros pelo Fed em setembro.
Já a produção nas fábricas dos EUA aumentaram 0,4% em junho, acima do esperado e contribuindo para consolidar uma forte recuperação no segundo trimestre. Os dados são do Fed.
Por fim, os sinais de favoritismo do ex-presidente Donald Trump na corrida eleitoral norte-americana também continuam a fazer preço nos mercados.
No último sábado, o ex-presidente Donald Trump sofreu um atentado a tiros enquanto discursava em um comício em Butler, no estado da Pensilvânia. Ele foi atingido na orelha direita enquanto falava e o evento foi interrompido.
O ocorrido aumentou o nível de incertezas em torno da corrida eleitoral norte-americana, uma semana após o outro candidato à presidência dos EUA, o democrata Joe Biden, ter sofrido pressões para desistir de sua candidatura.
Após o ataque, o bitcoin disparou e voltou a ficar acima dos US$ 62 mil (aproximadamente R$ 338 mil).
Nesta quarta-feira (17), os antigos rivais de Trump para a indicação presidencial republicana, Nikki Haley e Ron DeSantis manifestaram total apoio à sua candidatura na convenção do partido.
*Com informações da agência de notícias Reuters.