Na última sexta, a moeda norte-americana fechou em alta de 0,50%, cotada a R$ 5,6146. Já o principal índice de ações da bolsa encerrou em queda de 0,28%, aos 129.992 pontos. Dólar
Foto de Karolina Kaboompics
O dólar inverteu o sinal positivo visto pela manhã e opera em baixa nesta segunda-feira (14), iniciando mais uma semana marcada por várias divulgações de dados econômicos pelo mundo, além dos balanços corporativos nos Estados Unidos.
Por aqui, além da “prévia do PIB”, divulgada pelo Banco Central do Brasil (BC), o mercado ainda repercute falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do diretor de política monetária do BC, Gabriel Galípolo, que participaram de um evento do Itaú BBA pela manhã.
Já no cenário externo, enquanto esperam por números da atividade nos Estados Unidos nos próximos dias, investidores repercutem novas promessas de estímulos na China e a continuidade das tensões no Oriente Médio.
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, opera em alta.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
MOTIVOS: Ibovespa tem melhor mês desde novembro, mas dólar não segue o entusiasmo
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Dólar
Perto das 14h30, o dólar caía 0,68%, cotado a R$ 5,5767. Veja mais cotações.
Na última sexta-feira (11), a moeda norte-americana subiu 0,50%, a R$ 5,6146, no maior patamar em um mês.
Com o resultado, acumulou:
alta de 2,92% na semana;
avanço de 3,08% no mês;
ganho de 15,71% no ano.
O
Ibovespa
No mesmo horário, o Ibovespa subia 0,65%, aos 130.832 pontos.
Na sexta, o índice caiu 0,28%, aos 129.992 pontos.
Com o resultado, acumulou:
queda de 1,37% na semana;
perdas de 1,38% no mês;
recuo de 3,12% no ano.
O que está mexendo com os mercados
O que está mexendo com os mercados?
Sem grandes destaques no noticiário, as atenções dos investidores ficaram voltadas para novas falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do diretor de política monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo. Ambos participaram do Macrovision, evento promovido pelo Itaú BBA, nesta manhã.
Durante o evento, Haddad afirmou que o governo não descarta uma nova revisão das projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano. Em setembro deste ano, o governo já havia elevado sua estimativa de alta da atividade econômica de 2,5% para 3,2%.
“Talvez a gente tenha que rever mais uma vez o PIB desse ano”, afirmou o ministro durante o evento Macrovision, promovido pelo Itaú BBA.
Além disso, o ministro também afirmou que a equipe econômica está no processo de “levar todas as alternativas técnicas” para viabilizar a reforma sobre o Imposto de Renda, mas destacou que os estudos ainda precisam de mais tempo antes de ficarem prontos.
“Não sei se será possível fazê-la esse ano, até porque estamos com um calendário apertado e tarefas inconclusas que queremos entregar esse ano, como o projeto da Fazenda com a União, de revisão de gastos”, acrescentou Haddad.
O mercado ainda repercutiu novas falas do atual diretor de política monetária e próximo presidente do BC, Gabriel Galípolo, que também participou do evento.
Ele reforçou o discurso cauteloso da instituição, ao reafirmar que a condução da taxa básica de juros (Selic) precisará ser mais cuidadosa depois que os dados de atividade econômica do país vieram mais fortes do que o esperado, e reiterou o papel do BC de perseguir suas metas de inflação.
Na agenda de indicadores, o foco ficou com a prévia do PIB do BC, que veio em linha com as projeções de mais aquecimento para a economia brasileira.
O Índice de Atividade Econômica (IBC-BR) apresentou uma alta de 0,2% em agosto, revertendo a queda de 0,4% do mês anterior. Na comparação com agosto do ano passado, o indicador registrou crescimento de 3,1%, enquanto no acumulado de 2024 até agosto, a alta foi de 2,9%.
Na ata de sua última reunião — quando elevou a taxa Selic em 0,25 ponto percentual para 10,75% ao ano —, o Comitê de Política Monetária (Copom) disse que a atividade econômica e o mercado de trabalho seguem apresentando “dinamismo maior que o esperado”.
A economia mais aquecida que o previsto, porém, tem aumentado as incertezas com a inflação do país, enquanto o mercado e o próprio BC esperam ver um Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) muito próximo ao teto da meta.
A meta de inflação para 2024 é de 3%, podendo oscilar entre 1,5% e 4,5% para ser considerada oficialmente cumprida.
O Boletim Focus — relatório do BC que reúne projeções de economistas para os principais indicadores econômicos — divulgado hoje, porém, mostrou mais uma alta nas expectativas para o IPCA deste ano. Os economistas projetam uma inflação de 4,39%, contra 4,35% de um mês atrás.
As expectativas para a taxa Selic também têm se movimentado nas últimas semanas. Para este ano, o mercado projeta os juros a 11,75% ao ano, e a 11% ao ano para 2025. Há um mês, essas estimativas eram de 11,25% e 10,50%, respectivamente.
No exterior, o destaque fica com a China, que voltou a prometer estímulos econômicos para a população e as empresas do país.
Em uma coletiva de imprensa no último sábado (12), o ministro das Finanças chinês, Lan Foan, reiterou os planos de ajuda, prometendo aumentar a dívida do governo e usar os recursos para impulsionar o crescimento.
Embora ele não tenha explicitado exatamente quanto o governo gastará ou com que velocidade, seu tom foi suficiente para manter os mercados otimistas e as ações do setor imobiliário, em particular, subiram em Hong Kong e na China continental.
“O governo chinês está jogando a longo prazo”, disse Joseph Lai, diretor de investimentos da Ox Capital.
“Agora há determinação e um impulso para proporcionar um crescimento estável para a economia. Nesse sentido, isso é melhor do que o governo divulgar um número para agradar as pessoas nos próximos dois meses.”
*Com informações da agência de notícias Reuters