No dia anterior, a moeda norte-americana fechou com leve queda de 0,02%, cotada a R$ 5,5866. Já o principal índice de ações da bolsa encerrou em alta de 0,30%, aos 130.353 pontos. Dólar
Karolina Grabowska/Pexels
O dólar inverteu o sinal de baixo observado no começo da manhã e opera em alta nesta sexta-feira (11), refletindo novas declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre taxação dos mais ricos. Após as falas, a moeda bateu o patamar dos R$ 5,65.
Em entrevista à rádio O Povo/CBN, de Fortaleza, o presidente disse que quer isentar pessoas com rendimentos de até R$ 5 mil reais do pagamento do imposto de renda, mas que quem “vive de especulação” deveria pagar.
“O que nós queremos é isentar aquelas pessoas até 5 mil reais e no futuro isentar mais, porque na minha cabeça a ideia é que salário não é renda. Renda é o cara que vive de especulação, esse sim deveria pagar imposto de renda”, afirmou.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
MOTIVOS: Ibovespa tem melhor mês desde novembro, mas dólar não segue o entusiasmo
DÓLAR: Qual o melhor momento para comprar a moeda?
Dólar
Às 11h30 o dólar subia 0,80%, cotado a R$ 5,6314. Na máxima do dia, chegou a R$ 5,6534. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda norte-americana caiu 0,02%, a R$ 5,5866.
Com o resultado, acumulou:
alta de 2,40% na semana;
avanço de 2,56% no mês;
ganho de 15,13% no ano.
O
Ibovespa
No mesmo horário, o Ibovespa caía 0,30%, aos 129.963 pontos.
Na véspera, o índice subiu 0,30%, aos 130.353 pontos.
Com o resultado, acumulou:
queda de 1,09% na semana;
perdas de 1,11% no mês;
recuo de 2,86% no ano.
O que está mexendo com os mercados
O que está mexendo com os mercados?
Para além das declarações de Lula, o mercado termina a semana ainda repercutindo dados divulgados nos últimos dias, principalmente os de inflação, divulgados no Brasil e nos Estados Unidos,
Por aqui, a inflação subiu 0,44% em setembro, puxada sobretudo pelo aumento da conta de luz e pelos preços dos alimentos, consequências da grave seca que atinge o país.
Isso fez o mercado reforçar suas expectativas de que o Banco Central do Brasil (BC) deve continuar elevando a Selic, taxa básica de juros, nos próximos meses.
Segundo Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, um ponto importante para a análise sobre os juros é o crescimento robusto da economia, comprovado, também, pelos números fortes do comércio. “Embora esse crescimento seja positivo para a atividade doméstica, pode gerar pressões inflacionárias ou retardar o ritmo de desaceleração”, afirmou.
“Diante de uma atividade econômica mais forte do que esperado, de uma inflação que deve terminar o ano próximo da banda superior da meta, de expectativas de inflação desancoradas e uma taxa de câmbio acima de R$ 5,50, o BC deve continuar o ciclo de ajuste da taxa de juros”, disse Sung.
Já lá fora, a inflação também subiu, a 0,2% em setembro, mas mostrando uma desaceleração, ao mesmo tempo em que o mercado de trabalho americano dá sinais de arrefecimento.
Os dados de emprego, por outro lado, indicaram um arrefecimento no mercado de trabalho norte-americano. Ainda segundo o órgão, foram registrados 258 mil pedidos de auxílio-desemprego na semana passada, uma alta de 33 mil solicitações.
Com os dados divergentes, investidores esperam que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) continue cortando os juros no país, mesmo que com menor intensidade.
Segundo a ferramenta FedWatch, do CME Group, o mercado prevê uma chance de 84,3% de que o Fed reduza as taxas básicas norte-americanas em 0,25 ponto percentual na reunião de novembro.