Presidente dos EUA disse que seu discurso foi o último na Assembleia Geral da ONU, cuja sessão deste ano começou nesta terça. Em tom de retrospectiva, Biden se disse otimista na resolução de conflitos, mas pediu mobilização par ao fim imediato do conflito em Gaza e mais ajuda para a Ucrânia. O presidente dos EUA, Joe Biden, sorri em discurso na Assembleia Geral da ONU, em 24 de setembro de 2024.
Brendan McDermid/ Reuters
Em seu último discurso na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se disse otimista na resolução dos atuais conflitos mundiais mas também pediu mais apoio para que a Ucrânia vença a guerra contra a Rússia e o fim imediato da guerra em Gaza.
(CORREÇÃO: o g1 errou ao informar que o presidente Joe Biden não havia mencionado o conflito entre Israel e Líbano em seu discurso na ONU. A informação foi corrigida às 13h20.)
Ao comentar a escalada do confronto entre Israel e Líbano, Biden afirmou que “a guerra total não interessa a ninguém”.
“O Hezbollah, espontaneamente, após o ataque [do Hamas] de 7 de Outubro, começou a lançar foguetes contra Israel. Quase um ano depois, muitas pessoas dos dois lados da fronteira Israel-Líbano continuam deslocadas”, disse o presidente dos EUA.
“Mesmo com a escalada da situação, uma solução diplomática ainda é possível. Na verdade, ela continua sendo o único caminho para uma segurança duradoura que permita aos moradores de ambos os países possam regressar às suas casas em segurança.”
Em um discurso curto, de pouco mais de meia hora, ele citou exemplos de guerras do passado nas quais os EUA interveio, como a guerra do Vietnã, para exemplificar que conflitos podem ser resolvidos. “Hoje somos uma nação amiga do Vietnã”, disse.
“Sei que muitos olham hoje para o mundo e veem dificuldades, mas eu não vejo”, discursou Biden, em uma fala rápida. “As coisas podem melhorar. Eu vi isso ao longo da minha carreira. Como líderes, não temos o luxo de nos desesperar”.
Em tom de despedida e retrospectiva, o presidente norte-americano, que fala anualmente na assembleia desde 2021, mencionou sua decisão de desistir de concorrer à reeleição nos EUA, que irá às urnas em novembro.
“Servir este país foi a grande honra da minha vida. Mas entendi que é hora de dar espaço às novas gerações. Algumas coisas são mais importantes que o poder. Estamos aqui para servir o povo, não o contrário”, discursou.
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Bem-humorado, brincou ainda com a idade — fator que pesou em pedidos para que ele desistisse de concorrer. “Sei que pareço ter apenas 40 anos”, afirmou, sob risos da plateia, formada por outros 192 líderes dos países membros da ONU, além de convidados.
Apesar do tom otimista — disse acreditar “capacidade humana para a reconciliação” — Biden também pediu o fim imediato da guerra na Faixa de Gaza, apesar de saber que é pouco provável que o acordo de cessar-fogo saia do papel antes de que ele deixe o governo.
Afirmou que “o mundo não pode recuar depois dos horrores de 7 de outubro” de 2023, quando terroristas do Hamas invadiram Israel e mataram 1.200 pessoas e sequestraram outras centanas, dando início à guerra no território palestino.
“Os reféns e os civis inocentes em Gaza estão passando por um inferno”.
Um dos principais aliados de Israel, Biden, que ao longo da guerra em Gaza mostrou distanciamento do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, não fez nenhuma menção direta a Israel. Já no começo de seu discurso, ele saudou a presença de Mahmoud Abbas, o presidente da Autoridade Nacional Palestina, na Assembleia Geral.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, também estava na plateia.
Biden: Somos mais fortes juntos
Mais cedo, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, que abriu a sessão, criticou o avanço dos conflitos no Oriente Médio para o Líbano. Aplaudido, pediu que comunidade internacional se mobilize para um cessar-fogo em Gaza.
Biden foi antecedido pelo do presidente Lula, que abriu a sessão dos discursos de líderes de Estado. Entre uma fala e outra, os dois pararam e conversaram brevemente — pelo protocolo do evento, quem termina um discurso apenas cumprimenta o governante que falará na sequência.
O presidente norte-americano também mencionou o embróglio eleitoral da Venezuela, que foi às urnas em agosto, e defendeu a vitória do candidato da oposição do país, Edmundo González.
Como Lula e Guterres, Biden falou ainda sobre perigos da Inteligência Artificial e pediu que o mundo se mobilize para regulamentar a tecnologia.
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