Proximidade entre a influencer propagadora de teorias da conspiração e o ex-presidente assusta os expoentes mais radicais do Partido Republicano. A ativista de extrema direita dos EUA Laura Loomer, em Nova York, em 11 de setembro de 2024.
Matt Rourke/ AP
Boa parte das barbaridades que Donald Trump profere em público tem origem na influenciadora de extrema direita Laura Loomer, que se descreve como “islamofóbica orgulhosa” e “pró-nacionalismo-branco” e assusta até mesmo os expoentes mais radicais do séquito de seguidores do ex-presidente.
Semeadora de teorias da conspiração, Loomer, de 31 anos, é associada ao boato infundado, e replicado por Trump no debate com Kamala Harris, de que imigrantes haitianos estão comendo gatos e cachorros em Springfield, em Ohio.
Os aliados do presidente responsabilizam a ativista, que tem 1,2 milhão de seguidores, pelo fraco desempenho do ex-presidente republicano no duelo com a vice-presidente democrata.
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Embora ela não faça parte da campanha do republicano, a proximidade entre os dois é evidente. Loomer estava no avião de Trump, que o levou à Filadélfia para o debate, e integrava sua comitiva na cerimônia, no dia seguinte, para homenagear os mortos do 11 de Setembro.
A presença da ativista no memorial em Nova York estarreceu os aliados do ex-presidente. Afinal, partiu dela um post, no ano passado, de que os atentados foram produto de um trabalho interno e a acusação a Donald Rumsfeld, ex-secretário de Defesa de Bush, de ter orquestrado os ataques.
Loomer costuma se referir a todos os imigrantes, não somente os sem documento, como invasores. Por conta dessas sandices, ela se mostra intragável para os fiéis escudeiros radicais de Trump e de seu movimento MAGA (a sigla em inglês de Make América Great Again).
Uma das extremistas da bancada republicana na Câmara, a congressista Marjorie Taylor Greene, chamou Loomer de racista, por estereotipar a origem indiana da vice-presidente e não representar Trump.
“Se @KamalaHarris vencer, a Casa Branca cheirará a curry e os discursos serão facilitados por meio de um call center”, dizia o post da influenciadora.
A influenciadora de extrema direita dos EUA Laura Loomer, com Donald Trump ao fundo, em 11 de setembro de 2024.
Matt Rourke/ AP
O fato é que Trump adora Loomer, abraça suas ideias e pediu um cargo para ela na campanha. A proposta foi recusada por estrategistas.
No dia seguinte ao debate da ABC News, Loomer estava a postos de seu palanque incendiário, acusando Kamala de ter usado fones de ouvido, no lugar de brincos de pérola, para justificar a performance da candidata diante de Trump.
A postagem teve, durante o dia, 1,3 milhão de visualizações, num eloquente indício de que ela dissemina o lixo tóxico destinado a saciar a base eleitoreira de Trump.
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