Ministro das Relações Exteriores afirmou que Estados Unidos são ‘chave da salvação’, apesar de ‘desapontamentos no passado’. Ministério da Saúde do Líbano afirma que 558 pessoas morreram em ataques israelenses
O ministro das Relações Exteriores do Líbano, Abdallah Bou Habib, pediu a ajuda dos Estados Unidos para resolver o conflito entre Israel e Hezbollah. Durante um evento, nesta terça-feira (23), Habib afirmou que os norte-americanos são a “chave da salvação” para os libaneses.
Apesar do pedido de ajuda, o ministro disse que ficou desapontado com o discurso de Joe Biden na Assembleia Geral da ONU. Segundo ele, a fala do presidente dos Estados Unidos não foi forte, nem resolve o problema.
Na ONU, Biden afirmou que uma guerra total não era do interesse de ninguém e que acreditava em uma saída diplomática. Para o ministro libanês, a fala não é promissora. Ainda assim, ele disse que mantém as esperanças de uma intervenção americana.
“Os Estados Unidos são o único país que realmente podem fazer a diferença no Oriente Médio e em relação ao Líbano”, afirmou Habib.
O chanceler disse que o país não conseguirá resolver o conflito entre Israel e o Hezbollah sozinho. Segundo ele, o Líbano vai precisar dos Estados Unidos “apesar de desapontamentos no passado”.
Habib defendeu que haja negociações e afirmou que Israel não vai conseguir atingir os objetivos na região da fronteira com o Líbano por meio de uma guerra.
Israel x Hezbollah
Fumaça emerge no sul do Líbano após ataques israelenses, vista de Tiro, no Líbano, nesta segunda-feira (23).
Aziz Taher/Reuters
Israel afirmou que está conduzindo uma operação militar na fronteira com o Líbano para que moradores da região possam voltar para casa. Esses israelenses deixaram a área por causa de ataques do grupo extremista Hezbollah, que atua no Líbano.
Hezbollah e Israel possuem um histórico de desavenças, que já resultou em uma guerra em 2006. O conflito na região voltou a se intensificar em outubro de 2023. À época, o grupo terrorista Hamas invadiu Israel, o que resultou na morte e sequestro de civis.
Em resposta, Israel declarou guerra contra o Hamas e bombardeou a Faixa de Gaza. Desde então, o Hezbollah vem lançando foguetes contra Israel para demonstrar apoio ao grupo terrorista e aos moradores de Gaza.
Na semana passada, pagers e walkie-talkies do Hezbollah explodiram em uma ação coordenada. Em seguida, Israel anunciou que estava movendo tropas para a região de fronteira com o Líbano para trazer segurança à região.
Israel também lançou uma série de bombardeios contra o Líbano, justificando que estava atacando estruturas do Hezbollah. Na segunda-feira (23), os ataques deixaram 569 pessoas mortas e 1.835 feridas, segundo o governo do Líbano.
Diante disso, a ONU levantou preocupações sobre uma guerra total no Oriente Médio.
“O Líbano está à beira do precipício. O povo do Líbano, o povo de Israel e o povo do mundo não podem permitir que o Líbano se torne outra Gaza”, disse o Secretário-Geral da ONU, António Guterres.
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