Expulsão foi retalização a ausência do embaixador do Brasil na Nicarágua, Breno Souza da Costa, em comemoração do aniversário da Revolução Sandinista. Segundo Reuters e imprensa local, Manágua deu prazo de 15 dias para embaixador deixe o país. O gesto é considerado grave na diplomacia entre dois países. Breno Souza da Costa, embaixador brasileiro na Nicarágua.
Edilson Rodrigues/Agência Senado
A Nicarágua determinou nesta quarta-feira (7) a expulsão do embaixador brasileiro no país, Breno Souza da Costa, segundo disseram fontes diplomáticas à agência de notícias Reuters. A imprensa local também afirmou que Manágua expulsará o diplomata brasileiro.
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O governo brasileiro ainda não havia confirmado a expulsão até a última atualização desta reportagem, mas, segundo disse ao g1 uma fonte do Itamaraty, a Embaixada do Brasil na Nicarágua recebeu uma queixa formal na semana passada do governo local, que também ameaçou expulsar o embaixador.
A comunicação formal sobre a expulsão deve ocorrer nesta quinta-feira (8), quando o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, vai conversar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o tema.
De acordo com a mesma fonte, as relações entre Brasil e Nicarágua tinham se deteriorado havia algumas semanas, após a embaixada brasileira não enviar representantes às celebrações oficiais pelos 45 anos da Revolução Sandinista, que aconteceram em Manágua em 19 de julho.
A decisão pela expulsão, segundo a imprensa nicaraguense, ocorreu em retaliação à ausência brasileira no evento — o presidente nicaraguense, Daniel Ortega, é um ex-guerrilheiro do movimento sandinista (leia mais abaixo).
A expulsão de um embaixador é um gesto grave nas relações diplomáticas entre dois países e indica a piora nas relações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o governo do nicaraguense Daniel Ortega, de quem Lula já foi aliado.
Segundo o Itamaraty, o embaixador não foi ao evento por conta do congelamento das relações diplomáticas entre Brasil e Nicarágua. O governo Lula decidiu congelar as relações por um período de um ano em retaliação à prisão de padres e bispos no país.
Em 2022, o governo de Daniel Ortega iniciou uma ofensiva contra a Igreja Católica do país, confiscando imóveis, dissolvendo ordens jesuítas e prendendo padres e bispos que denunciavam a guinada autoritária do líder esquerdista.
O Brasil tentava atuar como mediador entre o Vaticano e Manágua e pedia que o governo nicaraguense que soltasse bispos presos no país desde 2022.
A imprensa nicaraguense atribuiu a informação sobre a expulsão do embaixador brasileiro a fontes da diplomacia local. Jornais locais afirmaram ainda que o embaixador brasileiro recebeu um prazo de 15 dias para deixar o país.
O governo da Nicarágua ainda não havia se manifestado até a última atualização desta reportagem.
Já o ex-embaixador da Nicarágua na Organização dos Estados Americanos (OEA), Arturo McFields, confirmou a expulsão, com base também em informações do Ministério de Relações Exteriores nicaraguense.
Nicarágua decide expulsar embaixador Brasileiro do país
Segundo o índice V-DEM, que mede o status das democracias pelo mundo, a Nicarágua é uma autocracia. O presidente é Daniel Ortega, reeleito para o quarto mandato em 2021, em eleições apontadas pelos Estados Unidos como nem justas nem livres.
Ortega é um ex-guerrilheiro de um movimento de esquerda dos anos 1970 conhecido como sandinista. Ele também governou o país nos anos 1980, depois que seu partido, a Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), derrubou em 1979 o ditador Anastasio Somoza. A derrubada de Somoza é conhecida como a Revolução Sandinista.
Os sandinistas governaram Nicarágua até 1990, quando foram derrotados na eleição presidencial realizada no país.
Há 17 anos no poder, Ortega é acusado por críticos de nepotismo e de instaurar uma ditadura. O ex-guerrilheiro alega que seu governo é do povo e defende a soberania do país dos “ataques” dos Estados Unidos.
A única coisa que a Igreja quer é que a Nicarágua libere os bispos”, diz Lula sobre Ortega
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