Orador da turma, fã de serial killer, e preso no McDonald’s: saiba quem é o suspeito de ter matado CEO em Nova York

Atirador fugiu após o crime, na semana passada, e está sendo procurado desde a quarta-feira (4). Segundo o ‘New York Times’, suspeito preso escreveu manifesto criticando planos de saúde. Nova foto do homem que atirou em CEO em Nova York
Reprodução/Redes sociais
O suspeito de ter matado o CEO da seguradora de saúde UnitedHealthcare em Nova York, detido nesta segunda (9), era tido como um aluno brilhante, tem um diploma em uma das melhores universidades do país e curtiu trechos do manifesto de um dos serial killers mais famosos dos EUA, de acordo com a imprensa americana.
Luigi Mangione, de 26 anos, foi preso em um McDonald’s em Altoona, uma pequena cidade da Pensilvânia.
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Mangione, segundo o jornal “NY Post”, havia sido o orador de sua turma no Ensino Médio. Ele entrou na Penn State University, uma das oito universidades da Costa Leste dos EUA, onde cursou ciência da computação, com foco em inteligência artificial.
Mangione nasceu e foi criado em Maryland. Sua família, formada por um casal milionário dedicado a negócios imobiliários, se disse chocada com o crime. A polícia de Nova York afirmou achar que ele agiu sozinho.
“Acredita-se que ele tinha má vontade em relação à América corporativa”, afirmou Joseph Kenny, chefe de detetives da polícia de Nova York, com base em um documento encontrado com o atirador. Ele também não tem antecedentes criminais conhecidos em Nova York, disse Kenny.
Em suas redes sociais, Mangione mostrava apreço pelo manifesto de Ted Kaczynski (1942-2023), o “Unabomber”, um dos mais famosos serial killers dos EUA. Matemático que mandava cartas-bomba a seus alvos, Kaczynski era um ativista anarquista e ambiental e, antes de ser preso, disse que encerraria atividades terroristas, que deixaram três mortos e dezenas de feridos, se algum jornal publicasse um manifesto de sua autoria.
Também pelas redes sociais, o atirador preso na segunda-feira (9) criticava o uso de smartphones por crianças.
O perfil de Mangione no LinkedIn afirma que ele reside em Honolulu, no Havaí, mas trabalha como engenheiro de dados em uma companhia automotiva sediada na Califórnia. A polícia de Nova York afirma que a arma apreendida com o suspeito parece ter sido feita em uma impressora 3D.
O crime
O CEO da UnitedHealthcare, Brian Thompson, de 50 anos, morreu após ser baleado em frente a um hotel de luxo em Manhattan, em Nova York, na quarta-feira (4). O atirador conseguiu fugir, e a polícia de NY estava há dias fazendo uma enorme operação de busca, com helicópteros, cães farejadores, análise de câmeras da cidade e até mergulhadores.
Mangione foi detido em uma unidade do McDonald’s em Altoona, na Pensilvânia. A cidade fica a cerca de 300 km de Nova York. Ele foi detido com uma arma similar à usada no crime.
Segundo as autoridades, a polícia foi acionada por uma pessoa que achou o homem parecido com a pessoa que aparecia nas imagens divulgadas pela investigação.
Além disso, policiais revelaram ao jornal “The New York Times” que o homem preso escreveu um manifesto criticando os planos de saúde dos EUA.
Novas fotos
Homem usou máscara de proteção durante quase todo o tempo
Reprodução/Redes sociais
A prisão do suspeito acontece um dia depois de a polícia de Nova York ter divulgado duas novas fotos do homem que assassinou Thompson. Qualquer informação que levasse à prisão do criminoso, foragido desde quarta-feira (4), poderia render uma recompensa de R$ 300 mil, paga pelo FBI, e de outros R$ 60 mil, ofertados pelas autoridades de segurança da cidade.
➡️Onde aconteceu o disparo? Thompson, de 50 anos, morreu após ser baleado em frente a um hotel de luxo em Nova York, nos Estados Unidos, por volta de 6h45 de quarta-feira (4), pelo horário local. O prédio fica na ilha de Manhattan e próximo de vários pontos turísticos da cidade, como o Central Park.
A principal hipótese é que o criminoso tenha deixado a cidade de Nova York em um ônibus logo após o assassinato.
Na sexta-feira (6), uma mochila do foragido foi descoberta no Central Park pelos investigadores depois de uma grande varredura por lagos, poços e bosques. A polícia não revelou o que havia na bolsa.
Imagem mostra homem procurado pelo assassinato do CEO da UnitedHealthcare, Brian Thompson, em frente a um hotel de Manhattan
Departamento de Polícia de Nova York/via AP
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Como aconteceu o crime?
O atirador chegou a Nova York no dia 24 de novembro e disparou contra Thompson 10 dias depois, fora da conferência anual de investidores de sua empresa, em um hotel a apenas alguns quarteirões do Radio City Music Hall e do Rockefeller Center.
O atirador desceu de um ônibus que partiu de Atlanta e fez várias paradas ao longo do caminho, informou o chefe dos detetives. A polícia não explicou onde ele pegou o ônibus. Os investigadores têm uma lista de passageiros, mas nenhum deles precisou fornecer um documento de identidade ao embarcar.
Os investigadores acreditam que o suspeito usou um documento de identidade falso. Eles também estavam tentando obter informações de um celular encontrado ao longo da rota de fuga do atirador.
Vídeo mostra homem atirando contra CEO em Nova York
Infográfico com ação do assassino de CEO de seguradora de saúde em Nova York em 4 de dezembro de 2024.
BBC
Quem era o CEO?
Thompson trabalhava na UnitedHealth Group havia 20 anos. Desde 2021, ele dirigia a divisão de seguros da empresa, a United Healthcare. Como CEO, o executivo liderava um negócio que oferece cobertura de saúde para mais de 49 milhões de norte-americanos.
O executivo morava em Minnesota e estava em Nova York para a conferência anual de investidores da empresa. A UnitedHealth cancelou o evento que havia acabado de começar após a notícia.
A United Healthcare é a maior fornecedora de planos para a versão privada do programa de saúde Medicare do governo dos Estados Unidos. Esse pacote é voltado para pessoas com 65 anos ou mais.
O grupo como um todo é um dos maiores do mundo em receita e tem negócios em vários países. No Brasil, a UnitedHealth foi dona da operadora de planos de saúde Amil até 2023.
Segundo informações da imprensa americana, Brian Thompson foi baleado no peito em frente a hotel em Nova York
United Health Group/Divulgação