Assad assumiu o poder em 2000, após a morte do pai. Em 2011, em meio à Primavera Árabe, grupos dissidentes começaram a tentar derrubá-lo, e o país entrou em uma guerra civil que deixou mais de 500 mil mortos. Neste fim de semana, rebeldes invadiram da Damasco e, segundo a Rússia, o ditador deixou o país e defendeu uma transição política pacífica. Quem é Bashar al-Assad, ditador sírio que ficou 24 anos no poder
Grupos rebeldes anunciaram neste domingo (8) a tomada do poder na Síria e a derrubada do regime de Bashar al-Assad, no poder há 24 anos.
Principal aliada do ditador, a Rússia disse que Assad deixou o país e instruiu uma transição pacífica de poder.
O destino do ditador ainda era desconhecido até a última atualização desta reportagem.
A família Assad comanda a Síria desde a década de 1970, quando, por meio de um golpe de estado, Hafez Assad assumiu o poder.
Filho de Hafez, Bashar não era o sucessor natural, e foi alçado ao posto após um acidente. Leia a trajetória abaixo.
Trajetória
Bashar al-Assad tem 59 anos e sucedeu no poder o pai, Hafez al-Assad, que morreu 2000 após governar a Síria por três décadas. Seu regime foi fruto de um golpe de Estado em 1971.
A família Assad é alauita, uma minoria religiosa xiita na Síria.
Nascido em 11 de setembro de 1965, em Damasco, estudou medicina e se especializou em oftalmologia. Em Londres, cursou uma pós-graduação.
Em 1994, Basil, seu irmão mais velho e sucessor natural de Hafez, morreu num acidente. Com isso, Bashar tornou-se o herdeiro do poder na família.
Em 10 de junho de 2000, ele foi declarado presidente pelo parlamento após um referendo popular no qual recebeu uma aprovação de 97,29%. Naquele momento, Bashar tinha 34 anos.
Em 2007, renovou seu mandato por outros sete anos em um referendo no qual obteve 97,62% dos votos. Em 2014, foi reeleito para um terceiro mandato de sete anos. A guerra civil síria já estava em curso e a votação foi realizada nas áreas controladas pelo governo.
A família Assad governa a Síria há mais de cinco décadas.
Na ofensiva pela tomada do poder, os rebeldes derrubaram estátuas de Hafez al-Assad por onde passaram.
Cabeça de estátua de Hafez al-Assad, ex-presidente da Síria e pai do atual presidente Bashar, é rebocada por caminhão em Hama, cidade tomada por rebeldes, em 6 de dezembro de 2024.
Muhammad Haj Kadour/AFP
Por que Assad perdeu força?
A explicação está em outros conflitos internacionais. Rússia e Irã, principais aliados do ditador, estão agora envolvidos em outras guerras: a Rússia invadiu a Ucrânia, e o Irã vive um conflito com Israel. O Hezbollah, por sua vez, perdeu seus principais comandantes neste ano, mortos em ataques israelenses.
Para os analistas, essa situação faz com que nem Putin nem o regime iraniano estejam dispostos a entrar de cabeça em mais uma guerra.
O cientista político Guilherme Casarões, da Fundação Getúlio Vargas, diz que não é uma coincidência a ofensiva rebelde ter sido lançada agora.
“Aqueles que eram os três principais aliados do governo Assad, Hezbollah, Irã e Rússia, estão meio que fora desse envolvimento direto com o conflito, o que abriu uma oportunidade para que os rebeldes tentassem retomar certas posições estratégicas dentro do país.”
Entenda o que está acontecendo na Síria, que tem avanço de grupo rebelde
Ultimas Noticias
- Manutenção em adutora e interligação de redes pode interromper abastecimento de água terça-feira
- Filiação de Leite ao PSD estaria certa, dizem lideranças do partido
- Ijuí recebe mais um grande empreendimento, dessa vez na área da cultura
- Programa Qualifica + Ijuí profissionaliza mulheres no curso de Processamento de Hortaliças
- Prefeito Andrei Cossetin se reúne com Polícia Civil
- PRF atende acidente fatal na BR 472 em Santo Cristo
- Programa Qualifica+ Ijuí forma primeira turma de 2025
- Secretaria de Educação de Ijuí promove formação sobre tecnologia e inclusão