Washington e Moscou realizaram a operação nesta quinta (1º), com participação da Alemanha e Belarus e mediação da Turquia. Jornalista do “The Wall Street Journal”, preso em 2023 e condenado a 16 anos de prisão, é um dos libertados. Montagem mostra alguns dos libertados na troca de prisioneiros entre Rússia e EUA em 1º de agosto de 2024.
AP
Rússia e Estados Unidos fizeram nesta quinta-feira (1º) a maior troca de prisioneiros desde a Guerra Fria. Em uma operação com participação da Alemanha e Belarus e mediada por Turquia, nomes como o jornalista do jornal “The Wall Street Journal” Evan Gershkovich, que havia sido condenado a 16 anos de prisão por espionagem, foram libertados.
Veja, abaixo, alguns dos libertados na operação:
Evan Gershkovich
Jornalista americano Evan Gershkovich preso na Rússia suspeito de espionagem durante audiência em Moscou
NATALIA KOLESNIKOVA / AFP
O jornalista americano Gershkovich, correspondente na Rússia do jornal “The Wall Street Journal”, foi preso em março de 2023 na cidade de Ecaterimburgo, nos Urais, e foi a julgamento em junho deste ano, acusado de espionar para a Agência Central de Inteligência dos EUA (CIA) para obter segredos sobre uma empresa russa que fabrica tanques para a guerra na Ucrânia.
O Kremlin disse que ele foi pego “em flagrante”. Gershkovic, o “The Wall Street Journal” e o governo dos EUA negaram as acusações. Ele foi condenado em 19 de julho e sentenciado a 16 anos de prisão no terceiro dia de um julgamento que foi fechado para a mídia por motivos de segredo de Estado.
Paul Whelan
Paul Whelan aparece em foto cedida por sua família. Ele está preso na Rússia acusado de espionagem
Arquivo pessoal/Whelan Family/Via Reuters
Ex-fuzileiro naval dos EUA com cidadania norte-americana, britânica, irlandesa e canadense, Whelan foi preso na Rússia em 2018. Ele foi condenado por espionagem em 2020 e recebeu uma sentença de 16 anos. Ele negou as acusações.
À época de sua prisão, Whelan era chefe de segurança global da BorgWarner, uma fornecedora de peças de automóveis sediada em Michigan. Investigadores russos disseram que ele era um espião da inteligência militar e foi pego em flagrante com um pen drive de computador contendo informações confidenciais.
Os EUA invariavelmente se referiam aos casos de Gershkovich e Whelan lado a lado, dizendo que ambos estavam sendo usados como moeda de troca por Moscou. Washington diz que ambos foram “detidos injustamente”, o que significa que considerou os casos politicamente motivados e estava comprometido em tentar levá-los para casa.
Alsu Kurmasheva
Alsu Kurmasheva, editora da rádio Free Europe, durante audiência judicial na Rússia, em maio de 2024.
AP
Jornalista russo-americana da Radio Free Europe/Radio Liberty (RFE/RL), financiada pelos EUA, Kurmasheva foi sentenciada a seis anos e meio de prisão em 19 de julho, o mesmo dia que Gershkovich.
Ela foi condenada por violar as leis russas sobre “falsificações militares” em conexão com um livro que ela editou sobre a Ucrânia. A RFE/RL chamou o caso de Kurmasheva de “uma zombaria da justiça”, e a Embaixada dos EUA em Moscou pediu à Rússia que a libertasse.
Rico Krieger
O alemão Rico Krieger, preso em Belarus e libertado na troca de prisioneiros entre EUA e Rússia em 1º de agosto de 2024.
Belteleradio Company via Reuters
Krieger foi condenado à morte na Bielorrússia por acusações de terrorismo e foi perdoado na terça-feira pelo presidente Alexander Lukashenko, um dos principais aliados do Kremlin.
Russos presos no exterior
Avião militar russo deixa Ancara, na Turquia, após troca de prisioneiros entre Rússia e EUA, em 1º de agosto de 2024.
Tunahan Turhan/ Reuters
Vadim Krasikov
Krasikov é um cidadão russo que cumpria pena perpétua em uma prisão alemã por assassinar um dissidente checheno-georgiano exilado em um parque de Berlim em 2019. Um juiz alemão acusou a Rússia de terrorismo de Estado, dizendo que a ordem de matar deve ter vindo do próprio presidente Vladimir Putin. A Rússia contesta a interpretação do juiz.
Em uma entrevista em fevereiro com o jornalista americano Tucker Carlson, Putin deu a entender que Krasikov era o prisioneiro russo que ele queria que fosse trocado por Gershkovich, referindo-se a uma pessoa que “devido a sentimentos patrióticos, eliminou um bandido em uma das capitais europeias”.
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